Lázaro Ramos faz aqui uma reflexão pública sobre as conseqüências da fama para a vida privada. Ele considera invasivo, por exemplo, o noticiário recente em torno de seu casamento com a atriz Taís Araújo. Ser famoso, na opinião dele — no ar na novela "Duas caras" e indicado ao Emmy de melhor ator —, não justifica ter a intimidade devassada.
"Sinto-me constrangido com o fato de escrever um artigo como este. Mas tenho que fazê-lo".
"Ter uma postura discreta, buscando, com isso, preservar a intimidade acredito ser, na minha profissão, um direito. É um caminho que sempre busco. Não acredito ser 'o preço da fama' ter a perda da privacidade. É preciso estabelecer este limite. Mesmo assim, alguns veículos de comunicação, desrespeitando esse desejo de não transformar a vida pessoal num assunto público, passaram não só a especular a respeito da minha intimidade como, pior e bastante grave, a divulgar fatos sem qualquer compromisso com a verdade. Fizeram afirmações falsas sobre infidelidades da minha esposa (a atriz Taís Araújo) e até sobre separação.
Outros sites, publicações e programas de televisão propagaram as mesmas histórias, também sem conferir a veracidade das ditas 'notícias', fazendo disso uma bola de neve. Decidi então escrever sobre esse assunto para que percebamos até onde pode chegar uma atitude irresponsável como esta, para que reavaliemos os critérios de público e privado, além de avaliarmos o direito de alguém passar informações sem o mínimo fundamento, sem medir as conseqüências e causando constrangimentos ou até coisa pior, fazendo assim uma 'espetacularização' de notícias falsas.
Sinto-me desconfortável com o fato de hoje escrever um artigo como este. Para mim, o natural seria respeitarmos o espaço alheio. Mas, diante dos tempos em que vivemos, tenho que fazê-lo pois
considero isso um desrespeito com todos os envolvidos em situações como estas, incluindo minha esposa, eu, os leitores e a própria imprensa. Então, essa é uma reflexão que se faz necessária.
Sei que a base do jornalismo não é essa.
Tenho consciência de que, no segmento do jornalismo sobre artistas, há quem exerça sua profissão de uma forma muito equilibrada e digna. Mas, esses casos de superficialidade jornalística são uma erva daninha e precisam ser questionados para que injustiças como essas deixem de ser cometidas.
O fato de ser uma pessoa pública não é razão para que a imprensa, ou qualquer outra pessoa, no afã de obter audiência, ou o que for, noticie, de forma inconseqüente, fatos mentirosos a respeito da intimidade de quem quer que seja.
Escrevo este artigo na certeza de que é possível manter um bom relacionamento com a imprensa, e esperando que os diálogos travados nela sejam sobre assuntos de real importância para o público. O universo da comunicação precisa de conteúdos relevantes e não de bobagens como estas.Fico agora na expectativa de que os veículos que noticiaram essas mentiras verifiquem com suas fontes
as informações e, após perceberem a inconseqüência com que agiram, tomem alguma atitude digna.
E fim.
Lázaro Ramos
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