sexta-feira, 2 de maio de 2014


Taís Araújo na festa de lançamento da novela Geração Brasil (Foto: Alex Palarea, Felipe Panfili e Léo Marinho  / AGNews)

Taís Araújo foi à festa da próxima novela das 19h, "Geração Brasil", que aconteceu no Circo Voador, no centro do Rio, nesta terça-feira, 29. Acompanha de Lázaro Ramos, que também está no elenco, Taís contou que nem sempre aprova o estilo do marido. "Detesto camiseta regata, mas ele usa. E ele tem um short ridículo também, velho, que devia usar só em casa, mas sai com ele. Lázaro dá pitaco quando me visto e eu escuto. Mas normalmente ele aceita as minhas escolhas", disse Taís.

Taís Araújo na festa de lançamento da novela

A bordo de um vestido assinado pelo estilista André Lima, a atriz contou que o modelito estava guardado há um tempo, esperando uma ocasião especial. "Esse vestido está guardado desde o 'Vem aí'. Fui a São Paulo e resolvi minha vida", comentuo, referindo-se à festa da Rede Globo que aconteceu em abril na capital paulista.

Acostumada ao assédio, Taís diz que já aprendeu a lidar com as inevitáveis cantadas. "Se passo na rua e não escuto gracinha, fico chateada. Cantada não pode ser ofensiva, mas se for divertida, é legal", brincou.

Animada com a estreia da novela - "é sempre um sofrimento, estou até rouca" -, ela disse que o ritmo de gravações está intenso. "Hoje foi uma correria, gravei até as cinco da tarde".

Mãe de João Vicente, ela e Lázaro se dividem para cuidar do menino. "A gente alterna. Não estamos no mesmo núcleo, então não gravamos juntos. Hoje, por exemplo, gravei o dia todo e ele não. É difícil os dois gravarem. Mostrei a chamada da novela (para o filho) pelo celular, mas ele não entende ainda".

Segundo Taís, João Vicente não deve ser o único na família. "Tenho vontade de ter um bando de filho. Ter filho é muito bom. Aliás, tenho um filho de 14 anos na novela", disse, aos risos.


Ator, apresentador, escritor e até diretor de teatro, o baiano Lázaro Ramos é um artista de talentos múltiplos. Longe da TV aberta desde 2013, quando interpretou Zé Maria em Lado a Lado (Globo), Lázaro volta às novelas em Geração Brasil. Nesta entrevista exclusiva ao jornal MASSA!, do Grupo A TARDE, ele conta o que mais gosta de fazer quando está em Salvador e qual sua estratégia para combater o racismo. Sobre a campanha lançada por Neymar, "Somos Todos Macacos", o ator é enfático. "Não dá para tratar um tema tão sério comparando pessoas a animais".

O que mais gosta de fazer: personagem engraçado ou dramático?

Eu me sinto bem nos dois. Não tenho como escolher. Gosto de construir a minha história mostrando a possibilidade da diversidade.  Até porque a tendência que se tem é limitar um ator em  um mesmo perfil, ainda mais  um ator negro.

Como será seu personagem em Geração Brasil?

Ele é um guru, melhor amigo do personagem do Murilo Benício. Superdotado, fala oito idiomas e tem um livro publicado, "O  Mistério". Esse livro ajuda muito as pessoas, só que a vida pessoal  de Brian Benson é muito atrapalhada.

O que mais te motivou a aceitar o convite para fazer a novela?

Primeiro foi o encontro com Luís Miranda, que é um ator que admiro profundamente. E  outra é que essa  novela está permitindo esculhambar. Estou tirando sarro com o jeito dos americanos. 

E você conhece alguém parecido com  o Brian?

A maioria dos meus amigos. Eu também sou assim. É muito mais  fácil aconselhar do que colocar em prática os conselhos, mas a maior inspiração é do texto dos autores.

Você é uma pessoa engraçada. Como é isso?

Eu vejo a vida toda com muito humor. Para onde eu olho, vem uma piada na minha cabeça. Mas é claro que nem tudo que faço na sala de casa eu levo para as telas ou para os palcos.  Tem coisa que é mais íntima. Gosto do humor inclusivo, daquele que faz todo mundo rir junto. Hoje em dia tem uma corrente do humor que é muito simplista, óbvia, que é rir do mais fraco, e desse tipo de humor perverso eu não gosto.

Você mora no Rio de Janeiro há 14 anos. O que gosta de fazer quando está aqui na Bahia?

Encontrar com meus amigos, visitar o teatro Vila Velha, andar pelo Campo Grande, comer comida daqui e  bater papo na casa dos meus parentes.

Por falar em comida, tem algo que você só come aqui na Bahia?

Frigideira de repolho, abará e a empada de Dindinha (madrinha do ator, uma senhora de 80 anos). Quando chego aí sou bem dengado, ela inclusive faz uma boa quantidade para eu trazer para o Rio. 

Falando sério agora. Você já foi vítima de racismo. Como lida com isso?

Já fui vítima várias vezes. Mas a formação que eu tive na minha casa, com minha família, sempre reforçou a minha autoestima. Depois, profissionalmente com o Bando de Teatro Olodum, então aprendi a responder. Não se pode fazer de conta que o racismo não existe.

E o que você acha da campanha #somostodosmacacos, lançada por Neymar?

Sinceramente não entendo. Acho que o racismo é uma situação muito séria, gravíssima. Não se combate o racismo comparando pessoas a animais. Não dá para fazer graça com isso. Racismo  é crime e tem que ter punições sérias. Não dá para tratar como brincadeira.