quarta-feira, 18 de junho de 2008

Insegurança

| | Bla bla bla






O ator Lázaro Ramos - Gustavo Stephan/O Globo

SALVADOR - A escalada da violência na Bahia chegou a tal ponto, com a ocorrência freqüente de chacinas, execução de policiais e assaltos a turistas, que espantou o ator baiano Lázaro Ramos no seu retorno a Salvador para as filmagens da série "Ó Paí Ó". Numa carta-desabafo enviada ao jornal "A Tarde", ele se disse perplexo com o que viu ao visitar, no domingo, alguns parentes que moram no bairro Federação, próximo ao Centro. Constatou quen nas ruas da sua infância, onde brincava até por volta das 23h, ninguém mais se arriscava a sair à noite por causa da violência. É o que mostra reportagem de Biaggio Talento na edição desta terça em 'O Globo'.

"Ao chegar lá às 19h percebi que a rua estava vazia. Imaginei ser o vazio normal e soturno dos fins de domingo, que nos prepara para começar a semana. Ao chegar em casa, alguns dos meus parentes e vizinhos estavam lá, assistindo à televisão. Eles começaram a me contar as novidades. Lá para as tantas perguntei por que eles estavam em casa e fui surpreendido, como que por um soco, com a informação de que estavam em casa por causa do toque de recolher", escreveu, lamentando que as pessoas não têm mais o direito "de pôr o rosto na janela de suas casas a uma hora daquelas", dizendo não acreditar "que assassinatos de policiais, traficantes e inocentes estejam se tornando uma constante".

Lázaro diz que já tinha ouvido falar de episódios de violência em Salvador. "Mas pensei que eram casos isolados, como os que acontecem esporadicamente em todas as grandes capitais. Infelizmente ouvi a frase que mais me amedrontava: 'Isto aqui está parecendo alguns lugares do Rio de Janeiro!'".

Sentindo-se impotente diante do problema, o ator se pergunta: "O que eu posso fazer? O que eu vou fazer? No que se transforma o personagem que estou fazendo no 'Ó Paí Ó'? Qual o sentido da arte? Como o Estado vai intervir nisso? Qual a alternativa que vamos dar às nossas crianças e adolescentes? O que as autoridades farão para conter essa situação?"

0 comentários: