Acompanhado de Taís Araújo, o ator Lázaro Ramos foi ao Theatro Municipal, no Rio, para entregar a Obama uma cópia de seu documentário, "A Posse de Obama".
No entanto, segundo o "Estadão", ficou frustrado pois não conseguiu entregar filme ao presidente americano. Precisou contentar-se em entregá-lo a funcionária do cerimonial de Sérgio Cabral, que prometeu enviar à Casa Branca.
Estamos em 2016, o mundo não acabou em 2012, e no Brasil tudo parece andar muito bem. Algo, porém, altera completamente a rotina de mais da metade da população. Como seria o Brasil sem os negros? Já imaginaram se, de repente, todos os negros resolvem deixar Salvador, por exemplo?
Seria absurdo, mas é esta a reflexão proposta por "Namíbia, Não!", peça de humor ácido e não-panfletária, com direção de Lázaro Ramos e texto de Aldri Anunciação, que estreia às 20h desta sexta-feira (18), na sala do Coro do Teatro Castro Alves.
Reparação social
O que parece ser uma volta voluntária à África, cumpre, na verdade, uma medida provisória expedida pelo governo brasileiro. O decreto prevê, como forma de reparação social pelos anos de escravidão, que todos os afro-descendentes brasileiros devem retornar ao continente africano.
Diante da polêmica, dois primos – vividos pelo próprio Aldri, 33 anos, e pelo experiente ator Flávio Bauraqui, 44, – decidem se esconder em um apartamento. 
Atores Aldri Anunciação e Flávio Bauraqui vivem os primos Antônio e André
"O governo não pode levar o negro se ele estiver dentro da sua própria residência, porque existe o Código Penal que impede qualquer pessoa, inclusive as autoridades, de adentrar nos lares. Sabendo disso, eles ficam o tempo inteiro no apartamento e são os únicos que não são levados para a África", diz Aldri, que interpreta Antonio, um jovem formado em Direito.
André, o outro primo vivido por Flávio, ainda é estudante de Direito e, por desconhecer as origens dos seus antepassados, não quer ser deportado para países como a Namíbia. Daí o nome "Namíbia, Não!".
Parceria
Afora o teatro, Aldri, Flávio e Lázaro são amigos há muito tempo. Eles contracenaram juntos em alguns trabalhos na televisão e no cinema e, agora, trazem a parceria para os palcos baianos.
"A junção para o espetáculo aconteceu porque o Aldri me apresentou o texto para dá opinião, para conhecer. Eu fiquei apaixonado e imaginei que dirigi-lo seria legal. Ele me convidou, eu aceitei prontamente, e depois escolhemos o Flávio para agregar à turma já que gostamos muito do trabalho dele", conta Lázaro.
Conhecido pelas atuações nas novelas Cobras & Lagartos, Duas Caras, e nos filmes Ó Pai ó, Madame Satã, Carandiru, dentre outros, esta é a primeira vez que Lázaro dirige um espetáculo adulto. Em 2001, ele dirigiu a peça infantil "Paparutas".
Com as gravações de Insensato Coração - em que interpreta o designer André Gurgel- a pleno vapor, Lázaro não poderá acompanhar todas as apresentações de "Namíbia, Não!", mas conta com a ajuda dos assistentes Ana Paula Bouzas e Caio Rodrigo. 
Flávio, Aldri e Lázaro são amigos e também já atuaram juntos no cinema e na TV
Gaúcho quase baiano
"Namíbia, Não!" estará em cartaz no TCA até 1º de maio. Neste período, Flávio, que é gaúcho e está há 18 anos radicado no Rio de Janeiro, ficará instalado em Salvador. Mas não é a primeira vez que isso acontece. Durante as gravações do filme Quincas Berro D'Água, ele precisou morar na capital baiana.
"Meu primeiro contato com a Bahia foi paterno. Meu pai era baiano. Depois, como o Quincas, em que eu interpretei o Pastinha, eu morei quatro meses aqui. Conheço várias coisas de Salvador. Já chego tirando onda, dizendo: "não, já sei onde fica tal lugar", brinca Flávio.
"Mas do jeito que ele está apaixonado por Salvador, é possível que ganhe a chave da cidade", brinca Lázaro.
Para verificar se o entrosamento do trio também é válido nos palcos, o público pode conferir "Namíbia, Não!" às sextas, sábados e domingos, sempre às 20h, na sala do coro do TCA. Os ingressos custam R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia), à venda no local e nos postos dos SACs Barra e Iguatemi.
